As altas temperaturas e as anomalias de calor têm propiciado um ambiente favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, em regiões onde anteriormente a incidência de dengue era baixa. O pesquisador destacou que a região central do país, especialmente o Cerrado, tem registrado um aumento significativo de dias com temperaturas acima da média, o que tem impulsionado a transmissão da dengue.
Além disso, fatores como o desmatamento, as queimadas e a degradação ambiental na região têm contribuído para o aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e inundações, favorecendo a propagação da doença. Segundo Barcellos, esta tendência de aumento nos casos de dengue não é recente e já vem sendo observada desde o ano passado, com um crescimento gradual da curva da doença.
Diante deste cenário, o pesquisador ressaltou a importância de ações preventivas por parte das autoridades públicas para combater o vetor da dengue. Ele destacou a necessidade de utilizar tecnologias avançadas, como drones, e sistemas de informação mais eficazes para identificar e eliminar focos do mosquito transmissor. Além disso, Barcellos enfatizou a importância de um trabalho conjunto entre governo federal, governos estaduais e prefeituras para enfrentar o avanço da dengue, visando a proteção da população.
O estudo realizado por Barcellos e sua equipe foi publicado no portal Scientific Reports, da revista Nature, e alerta para a importância de medidas preventivas e de combate à dengue nessas regiões do país, onde a doença vem se tornando mais frequente. A cooperação entre diferentes níveis de governo e o uso de tecnologia são fundamentais para enfrentar esse desafio e proteger a saúde da população.