Ministério da Saúde assume gestão de seis hospitais federais no Rio de Janeiro para recuperar unidades após anos de precarização.

O Ministério da Saúde iniciou, nesta segunda-feira (18), os trabalhos do Comitê Gestor que será responsável pela administração de seis hospitais federais no Rio de Janeiro. Segundo a pasta, esse órgão terá a missão de atuar por pelo menos 30 dias junto às direções de cada unidade hospitalar, visando reestruturá-las e recuperá-las após o que foi descrito como “anos de precarização”.

O Comitê Gestor será liderado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), com a participação de representantes do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), assessorias, coordenações e secretarias do Ministério da Saúde. Um dos principais objetivos declarados é promover uma melhoria na governança e no diálogo entre servidores, sindicatos e gestores.

Além disso, todos os processos de aquisição de medicamentos, insumos e contratação de obras foram centralizados no Ministério da Saúde. Essa medida foi adotada com o intuito de ampliar o poder de negociação da pasta, garantindo maior eficiência e controle na distribuição dos insumos, evitando, assim, falhas no abastecimento e desperdícios.

O Ministério da Saúde destaca que desde o início de 2023, diversas iniciativas estão em andamento para a melhoria do sistema de saúde. Entre as ações já realizadas, estão a reabertura de mais de 300 leitos, a inauguração do Hospital Dia no Hospital Federal do Andaraí (HFA), a implementação de um novo setor de oncologia, sala de radiografia digital, tomógrafo e cinco aparelhos de raio-x portáteis no Hospital do Andaraí, além da contratação de 294 profissionais da saúde.

Por outro lado, Cristiane Gerardo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindsprev/RJ), ressalta que a situação nos hospitais é dramática, decorrente de “anos de desmonte e sucateamento”. Ela exemplifica o cenário crítico no Hospital Cardoso Fontes, onde a obra do telhado ainda não foi concluída, causando problemas operacionais graves durante chuvas intensas.

Segundo a sindicalista, a centralização das compras dos hospitais é válida, mas ela se mostra contra a centralização da gestão administrativa. Ela argumenta que é necessário construir uma grade comum para compras e articular os estoques das unidades, evitando desperdícios e compras desnecessárias, mas destaca que abolir a gestão dos hospitais seriam intervenções injustificadas e sem embasamento lógico.

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