Ao longo dos anos, os correspondentes estrangeiros em Roma passaram por diversos prédios cedidos pelo Estado italiano. Fundada em 1912, a associação teve sua primeira sede em um café de rua e, posteriormente, em um edifício cedido por Benito Mussolini durante a ditadura. Em 2001, se mudaram para uma localização próxima à Fonte de Trevi, que agora está em obras para se tornar um hotel cinco estrelas.
A nova sede, que abrigará cerca de 300 membros da associação, mantém forte vínculo com Berlusconi, que ocupou o Palazzo Grazioli até 2021. O ex-político e magnata do setor da comunicação realizou importantes reuniões partidárias e festas “bunga-bunga” no local.
Segundo informações do jornal britânico The Guardian, que foi o primeiro veículo a divulgar a nova função do Palazzo Grazioli, Berlusconi concedeu uma única entrevista coletiva na associação em 1993. Na ocasião, ele negou qualquer ambição política, mas posteriormente se tornou primeiro-ministro da Itália por três vezes.
No Palazzo Grazioli, os jornalistas estrangeiros terão a oportunidade de transitar pelos mesmos ambientes frequentados por Berlusconi. Locais como o corredor onde Vladimir Putin brincava com o poodle do ex-primeiro-ministro italiano e o quarto que abrigava uma cama de Joseph Stalin, presenteado a Berlusconi por Putin, serão parte do cotidiano dos profissionais da imprensa.
Além disso, o palácio conta com medidas de segurança reforçadas, incluindo quartos com janelas à prova de balas e uma “porta secreta” para uma possível rota de fuga. O local também foi palco de polêmicas festas sexuais que ocorreram em outras propriedades de Berlusconi ao longo dos anos.
Essa mudança histórica na função do Palazzo Grazioli marca um novo capítulo na história do edifício, que agora será o centro das notícias internacionais em Roma, preservando a memória dos eventos que ali ocorreram durante o período em que pertenceu a Silvio Berlusconi.
