Thais Ferreira da Silva, uma das filhas de Claudia, expressou sua revolta com a decisão, destacando que a repercussão do caso só ocorreu devido à gravação que flagrou o corpo da vítima sendo arrastado por cerca de 300 metros pela viatura policial durante uma tentativa de socorro no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro.
Júlio Cesar da Silva, irmão de Claudia, confessou que já esperava por esse desfecho e lamentou a impunidade que permeia o sistema judiciário. O longo tempo decorrido desde o ocorrido, as promoções e mudanças de batalhão dos policiais envolvidos apenas corroboram a sensação de impotência e descrença na Justiça.
A absolvição dos PMs, proferida pelo juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Alexandre Abrahão Dias Teixeira, gerou repercussão não apenas entre os familiares, mas também entre ativistas e organizações. A diretora executiva da organização civil Criola, Lucia Xavier, expressou sua indignação com a decisão, ressaltando a falta de responsabilização dos agentes envolvidos no trágico episódio.
A Anistia Internacional também se manifestou, destacando a desumanização da vítima e a falta de justiça para as minorias, em especial as pessoas negras. O uso da expressão “erro de execução” pelo juiz ao se referir aos tiros que atingiram Claudia foi duramente criticado pela instituição, que denunciou a recorrência desse tipo de violência contra essa parcela da população.
Diante desse cenário de impunidade e injustiça, a sociedade civil clama por mudanças estruturais que garantam a efetivação dos direitos fundamentais e a punição adequada aos culpados por atos violentos como o que vitimou Claudia Silva Ferreira. Mais do que um caso isolado, essa tragédia expõe as lacunas do sistema de justiça e a urgência de uma transformação na forma como crimes como esse são tratados no Brasil.
