Relator da CPI da Braskem ameaça pedir busca e apreensão de documentos do Ministério de Minas e Energia caso informações não sejam entregues.

O senador Rogério Carvalho, relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga as ações da empresa petroquímica Braskem em Maceió (AL), está insatisfeito com a falta de informações fornecidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Caso o MME não forneça os documentos solicitados em até três dias úteis, o senador pretende solicitar busca e apreensão na pasta.

O prazo inicial para o envio dos dados era de cinco dias úteis, que foi prorrogado por mais cinco dias úteis. No entanto, o ministério não enviou os documentos dentro do novo prazo estabelecido e não justificou o motivo da demora, de acordo com Carvalho.

Em meio a essa situação, o relator da CPI expressou sua insatisfação com a postura do MME em relação à comissão, caracterizando-a como desrespeitosa. Ele ressaltou que é inadmissível o órgão não fornecer as informações solicitadas pela comissão parlamentar.

O requerimento aprovado pela CPI inclui a solicitação de diversos documentos, como processos administrativos, de fiscalização e controle, de denúncias e de ações emergenciais relacionadas à exploração de sal-gema em Maceió e à Braskem.

Durante as investigações, a CPI ouviu o ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Alexandre Vidigal de Oliveira. Ele mencionou que, ao assumir o cargo, encontrou duas versões dos técnicos da secretaria sobre o afundamento dos bairros em Maceió, o que gerou confusão e levantou suspeitas.

Uma das versões apontava causas naturais, como terremotos ou chuvas torrenciais, para as rachaduras encontradas na cidade, enquanto a outra vinculava esses problemas à extração de sal-gema pela Braskem. O relator da CPI destacou a necessidade de esclarecer quem defendia cada versão, sugerindo que houve uma tentativa de confundir e desviar a responsabilidade da empresa.

A CPI da Braskem foi instaurada para investigar o afundamento de bairros em Maceió, que resultou no deslocamento de milhares de pessoas e na transformação de áreas urbanas em locais praticamente abandonados. A Braskem, por sua vez, alega ter seguido todas as normas técnicas e regulatórias durante os 17 anos em que atuou na região, antes de suspender suas atividades em 2019.

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