O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação diante desses dados alarmantes, alertando que o planeta está “à beira do abismo”. A temperatura média global próxima à superfície atingiu 1,45°C acima da média da era pré-industrial em 2023, o que representa o ano mais quente dos últimos 174 anos.
A Argentina Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, ressaltou que, de forma temporária, o mundo esteve próximo do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015. Ela alertou para as consequências das mudanças climáticas, como o aquecimento dos oceanos, derretimento de geleiras e perda de gelo marinho na Antártica.
Saulo classificou a crise climática como o desafio mais importante que a humanidade enfrenta e considerou o relatório da OMM um “alerta vermelho”. Dentre os aspectos mais preocupantes estão as ondas de calor em 90% dos oceanos, a maior perda de gelo nas geleiras desde 1950 e o recorde de aumento do nível do mar em 2023.
A OMM ainda destacou que as mudanças climáticas têm gerado fenômenos extremos, como secas e enchentes, impactando diretamente a população mundial, a biodiversidade e a segurança alimentar. O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar aguda no mundo aumentou significativamente devido às mudanças climáticas.
Por outro lado, o relatório também apontou para uma transição energética substancial em curso, com um aumento de 50% na capacidade de incorporar energias renováveis em relação ao ano anterior. Guterres enfatizou que ainda há uma oportunidade de manter o aumento da temperatura do planeta abaixo do limite de 1,5°C e evitar o pior dos impactos das mudanças climáticas.