Relatório da ONU alerta que década encerrada em 2023 foi a mais quente da história, com perdas recordes nas geleiras e aumento do nível do mar

A década que chegou ao fim em 2023 foi marcada por recordes de calor, derretimento de geleiras e aumento sem precedentes do nível do mar, de acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19). Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi um ano com temperaturas sem precedentes desde o início dos registros, e a década que terminou nesse ano foi a mais quente já registrada.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação diante desses dados alarmantes, alertando que o planeta está “à beira do abismo”. A temperatura média global próxima à superfície atingiu 1,45°C acima da média da era pré-industrial em 2023, o que representa o ano mais quente dos últimos 174 anos.

A Argentina Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, ressaltou que, de forma temporária, o mundo esteve próximo do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015. Ela alertou para as consequências das mudanças climáticas, como o aquecimento dos oceanos, derretimento de geleiras e perda de gelo marinho na Antártica.

Saulo classificou a crise climática como o desafio mais importante que a humanidade enfrenta e considerou o relatório da OMM um “alerta vermelho”. Dentre os aspectos mais preocupantes estão as ondas de calor em 90% dos oceanos, a maior perda de gelo nas geleiras desde 1950 e o recorde de aumento do nível do mar em 2023.

A OMM ainda destacou que as mudanças climáticas têm gerado fenômenos extremos, como secas e enchentes, impactando diretamente a população mundial, a biodiversidade e a segurança alimentar. O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar aguda no mundo aumentou significativamente devido às mudanças climáticas.

Por outro lado, o relatório também apontou para uma transição energética substancial em curso, com um aumento de 50% na capacidade de incorporar energias renováveis em relação ao ano anterior. Guterres enfatizou que ainda há uma oportunidade de manter o aumento da temperatura do planeta abaixo do limite de 1,5°C e evitar o pior dos impactos das mudanças climáticas.

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