Segundo a jornalista e pesquisadora Magali Cunha, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), do Rio de Janeiro, em anos eleitorais a propagação de fake news tende a se intensificar. Ela destaca que a partir de 2018, 2020 e 2022, houve um aumento significativo da desinformação nos ambientes digitais, com uma política deliberada de desinformação promovida pelo governo Bolsonaro. No entanto, desde outubro do ano passado, tem ocorrido um aumento significativo na quantidade e intensidade das notícias falsas, configurando uma verdadeira guerra digital.
Além disso, grupos conservadores e de extrema direita têm se mostrado eficazes na disseminação da desinformação pelas redes sociais. Principalmente quando o assunto é saúde, a propagação de ideias falsas tem crescido exponencialmente, usando a política como ferramenta para convencer a população e criar um clima de pânico verbal.
A pesquisadora Eliara Santana, do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, destaca que houve um recuo temporário na disseminação de fake news no final de 2022, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência, porém, ao longo de 2023, essa prática voltou a ganhar força no país. Eliara ressalta que há uma estratégia por trás desse movimento, que busca manipular a opinião pública a partir da desinformação.
É fundamental que a sociedade esteja atenta a essas práticas e busque fontes de informação confiáveis para não cair em armadilhas da desinformação. A disseminação de fake news é um problema sério que afeta a construção da opinião pública e pode ter impactos significativos em diferentes áreas da sociedade. Por isso, é importante combater essa prática por meio do letramento e da valorização da mídia tradicional e do trabalho jornalístico ético e responsável.