Desigualdade no acesso à água potável afeta 2,1 milhões de crianças e adolescentes no Brasil, aponta análise do Unicef

No Brasil, a situação preocupante do acesso à água potável para crianças e adolescentes foi revelada em um estudo divulgado nesta quinta-feira (21), às vésperas do Dia Mundial da Água. De acordo com os dados analisados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 2,1 milhões de jovens de zero a 19 anos vivem sem acesso adequado à água potável no país.

Um dado alarmante é que o percentual de crianças e adolescentes negros sem acesso adequado à água é superior ao registrado entre brancos, sendo de 4,7% contra 2,2%, respectivamente. Além disso, entre os jovens indígenas, esse percentual é ainda mais elevado, chegando a ser 11 vezes maior do que o de brancos, atingindo 25%.

Os estados com os maiores percentuais de crianças e adolescentes sem acesso adequado à água estão localizados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Segundo o Unicef, a falta de acesso à água pode gerar problemas que prejudicam o desenvolvimento dos jovens, aumentando o risco de doenças, abandono escolar e acentuando as desigualdades sociais.

Os dados também apontaram que 1,2 milhão de estudantes estão matriculados em escolas públicas que não possuem água potável, sendo que 184 mil deles estão em instituições onde o acesso à água é inexistente. Essa situação torna-se ainda mais preocupante quando consideramos que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a diarreia é responsável por 20% das mortes de crianças abaixo de 5 anos em todo o mundo.

Diante desse cenário, o Unicef recomenda medidas urgentes, como o investimento no setor de abastecimento de água, além da ampliação e fortalecimento dos serviços de acesso à água potável. É essencial também priorizar as comunidades mais vulneráveis em políticas de água, saneamento e higiene, visando garantir um futuro mais saudável para crianças e adolescentes em todo o país.

Uma medida em destaque é o Projeto de Lei 5696/23, que requer o fornecimento de água potável nas instituições de ensino. A proposta está em tramitação no Congresso Nacional e, se aprovada, pode contribuir significativamente para a melhoria das condições de vida e saúde das crianças e jovens brasileiros.

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