Os representantes russo e chinês criticaram a ambiguidade e hipocrisia do texto, apontando que os EUA haviam bloqueado resoluções semelhantes anteriormente, o que demonstraria uma postura dupla. O embaixador russo, Vassily Nebenzia, destacou a demora dos EUA em reconhecer a urgência do fim do conflito, enquanto o embaixador chinês, Zhang Jun, ressaltou que o projeto americano estabelecia pré-condições para o cessar-fogo, o que poderia incentivar a continuidade do conflito.
A embaixadora americana, Linda Thomas-Greenfield, acusou Rússia e China de uma postura cínica, afirmando que os vetos estavam ligados a uma oposição histórica aos EUA. Essa disputa reflete interesses geopolíticos concorrentes, envolvendo estratégias na região do Oriente Médio, sendo ressoantes nos EUA, em meio a uma política externa estabelecida há tempos na região.
Além disso, a relação entre China, Rússia e Irã tem sido marcada por um reforço de laços mútuos, com o Irã sendo um fornecedor importante de armas para Rússia e China, o que pode influenciar a postura dos países no conflito em Gaza. A postura menos ativa no conflito parece ser estratégica para China e Rússia em relação ao Sul Global, onde a causa palestina tem grande apelo.
Dessa forma, a decisão de veto desses países vai além de questões de semântica e reflete um jogo complexo de interesses, concorrências geopolíticas e estratégias de influência na região do Oriente Médio. A geopolítica continua a ser um fator determinante nas relações internacionais e na resolução de conflitos globais.