Violência das gangues em Porto Príncipe faz mais de 33 mil pessoas fugirem em 15 dias, relatam autoridades internacionais.

A manhã desta sexta-feira amanheceu trágica em Porto Príncipe, a capital do Haiti, com diversos corpos espalhados pelos bairros da cidade. A violência das gangues tem assombrado a população local, levando mais de 33 mil pessoas a fugirem nos últimos 15 dias, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Os vestígios de ataques de gangues armadas ainda são visíveis em vários pontos da cidade, após uma operação militar que resultou na morte de um dos líderes desses grupos, Ti Grèg. Durante uma visita realizada por um correspondente da AFP, foram avistados corpos mortos, muitos deles carbonizados, no centro da capital e no bairro de Delmas. Moradores relataram também ter encontrado pessoas sem vida em Pétion-Ville, uma comuna rica nos arredores de Porto Príncipe, onde as gangues têm tentado expandir sua influência.

A população local, assombrada pelo terror imposto pelas gangues que controlam quase 80% da capital, tem erguido barricadas em algumas estradas como medida de proteção contra assaltos. A OIM, em comunicado, afirmou que os ataques armados têm se intensificado na Zona Metropolitana de Porto Príncipe, resultando no deslocamento de milhares de pessoas que buscam refúgio em outras regiões do país.

A organização alertou para a falta de infraestrutura e recursos nos centros de acolhimento nas províncias que têm recebido os deslocados da capital. O Haiti vive um cenário de caos, com gangues armadas desafiando o governo local e lançando ataques a edifícios públicos. O primeiro-ministro Ariel Henry concordou em renunciar na semana passada, mas a formação de um conselho presidencial tem sido adiada devido à falta de consenso interno.

Diante de tantas dificuldades e tensões no país, a situação no Haiti continua instável e preocupante, com a população enfrentando um cenário de violência e insegurança generalizada.

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