Ativistas ocupam ruas em defesa da democracia e contra o golpismo em manifestações por memória e justiça no país.

No último sábado (23), movimentos sociais, estudantes, sindicalistas e ativistas saíram às ruas de diversas cidades do país em um ato em defesa da democracia, do direito à memória e justiça, e contra o golpismo. As manifestações aconteceram a menos de uma semana do aniversário de 60 anos do golpe civil-militar de 1964, que ocorreu em 31 de março.

Em São Luís, no Maranhão, a manifestação teve início às 9h, na praça Deodoro, e contou com a participação de diversos grupos da sociedade civil. Durante a assembleia popular, os manifestantes destacaram a importância de punir os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro e criticaram a falta de ações do governo em relação ao período da ditadura militar.

Danilo Serejo, liderança quilombola e integrante do Movimento dos Atingidos pela Base de Alcântara (Mabe), ressaltou a importância de manter viva a memória do golpe de 64, enfatizando que a democracia atual foi conquistada com muita luta e sacrifício. Ele também destacou a necessidade de responsabilizar os envolvidos nos atos golpistas mais recentes.

Clark Azúca, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Maranhão, enfatizou a importância do direito à memória e justiça, lembrando do sofrimento provocado pela ditadura militar, e ressaltou a necessidade de dar voz aos mártires desse período, como Honestino Guimarães e Edson Luís.

A professora Arleth Borges, da Universidade Federal do Maranhão, destacou a importância da participação da juventude nas lutas populares para garantir a democracia no país. Ela ressaltou a importância de não esquecer os períodos sombrios da história brasileira e a necessidade de construir um Museu de Memória e Direitos Humanos para preservar a memória da ditadura militar.

Além das manifestações em defesa da democracia e da memória, os atos também chamaram atenção para o massacre contra o povo palestino em Gaza. Os manifestantes expressaram solidariedade ao povo palestino e repudiaram a violência e o genocídio cometidos por Israel na região.

Em um momento desafiador para a democracia brasileira, a união e mobilização da sociedade civil se mostram fundamentais para garantir a preservação da memória e a defesa dos valores democráticos. Os manifestantes reafirmaram o compromisso de continuar lutando contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário e em prol da justiça e da verdade.

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