Agentes públicos são presos por envolvimento no assassinato de Marielle Franco, mas justiça ainda não foi feita, alerta Anistia Internacional.

A participação de ex-agentes de segurança pública e agentes públicos no assassinato da vereadora Marielle Franco tem gerado alarme e provocado reflexões sobre a necessidade de justiça real e efetiva. Embora as prisões ocorridas no último domingo (24) representem um avanço nas investigações, a Anistia Internacional Brasil ressalta que elas ainda não significam a completa resolução do caso.

Segundo informações apuradas pelas autoridades, o crime que vitimou Marielle Franco pode ter ligação com os interesses de expansão das milícias no Rio de Janeiro. A organização destaca que a impunidade e a ineficiência das autoridades estatais em combater os desvios de suas estruturas contribuem para o surgimento e crescimento de grupos paramilitares como as milícias.

A operação denominada “Murder Inc.” resultou na prisão de três suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle Franco: Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e executados na cidade do Rio de Janeiro.

A Anistia Internacional enfatiza que o Estado tem o dever de prevenir violações de direitos, investigar diligentemente, responsabilizar por violações e reparar as vítimas, conforme estabelecido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. A organização critica a demora de seis anos para elucidar o crime e destaca a importância de responsabilizar todos os envolvidos, inclusive agentes públicos, por suas ações.

Por fim, a Anistia Internacional renova sua cobrança por justiça e insta as autoridades brasileiras a garantir que todos os responsáveis pelo planejamento e execução do crime, assim como eventuais obstrutores das investigações, sejam levados à justiça. O legado de Marielle Franco só poderá florescer em um Brasil onde os defensores dos direitos humanos possam atuar com segurança e liberdade.

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