Na capital Buenos Aires, epicentro da manifestação, cartazes com mensagens como “memória sim, medo não” e “tudo está guardado na memória” foram exibidos nas mãos dos manifestantes, muitos deles ligados às emblemáticas Mães e Avós da Praça de Maio. Além disso, os argentinos carregavam frases como “30.000 razões para defender a pátria” e “30.000 de verdade”, em referência aos desaparecidos durante a ditadura militar.
Enquanto a população se reunia em memória das vítimas, o governo de Javier Milei lançou um vídeo documentário polêmico, intitulado “Dia da Memória pela Verdade e Justiça. Completa”. O vídeo trouxe uma entrevista com uma vítima de movimento guerrilheiro de esquerda (ERP) dos anos 1970, e trouxe questionamentos em relação ao tratamento histórico da ditadura, alegando que a história é manipulada por interesses econômicos de organizações de direitos humanos.
Milei e sua vice-presidente, Victoria Villarruel, que tem ligações com os militares, contestam o número de desaparecidos durante o regime militar, questionando a cifra geralmente aceita pelas organizações de direitos humanos. O discurso do presidente de extrema-direita tem sido motivo de controvérsia e críticas, enquanto a sociedade argentina se une em defesa da memória das vítimas.