Chiquinho Brazão e Domingos Brazão são apontados como mandantes da execução de Marielle Franco em delação de Ronnie Lessa.

O crime que chocou o Brasil e o mundo ganha novos contornos com a confissão do ex-policial militar Ronnie Lessa. Em sua delação premiada, Lessa apontou o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, como os mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL.

Segundo o relatório divulgado pelo ministro responsável pelo caso, Chiquinho e Domingos Brazão teriam infiltrado um miliciano de Rio das Pedras, uma comunidade pobre da Barra da Tijuca, para monitorar os passos de Marielle e obter informações sobre suas ações contra a expansão imobiliária da milícia na Zona Oeste do Rio. A vereadora era conhecida por sua luta contra as milícias e pela defesa dos direitos dos moradores de comunidades carentes.

Durante uma reunião do PSOL, Marielle pediu que a população não aderisse a novos loteamentos em áreas dominadas por milicianos, o que teria desagradado os mandantes do crime. O relatório apontou que a execução da vereadora foi motivada pela sua oposição a um projeto de Chiquinho Brazão que visava a regularização de condomínios irregulares em regiões controladas por grupos paramilitares.

Além disso, o magistrado destacou que os irmãos Brazão se reuniram com Lessa e com o assessor do TCE-RJ, conhecido como “Peixe”, para discutir o planejamento do crime. Houve até a exigência de não assassinar Marielle se ela estivesse saindo da Câmara Municipal do Rio.

Neste domingo, Chiquinho e Domingos Brazão foram presos pela Polícia Federal por serem considerados os mandantes do assassinato. Já Rinaldo Barbosa foi detido por obstruir as investigações e participar do planejamento do crime. O assessor do TCE-RJ, Robson Calixto Fonseca, foi alvo de busca e apreensão e afastado de suas funções públicas.

A prisão dessas figuras políticas e a revelação dos detalhes sórdidos por trás do assassinato de Marielle Franco lançam luz sobre a complexidade e a gravidade da relação entre políticos, milicianos e a criminalidade no Rio de Janeiro. Espera-se que a justiça seja feita e que os culpados sejam devidamente responsabilizados por esse terrível crime que abalou a democracia brasileira.

A investigação continua avançando, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias. A população aguarda ansiosa por respostas e por um desfecho que faça justiça à memória de Marielle Franco.

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