Desigualdade na expectativa de vida entre capitais brasileiras revela realidade de desigualdade social no país, aponta estudo inédito.

A desigualdade na expectativa de vida entre as capitais brasileiras é um tema que vem ganhando destaque, principalmente após a divulgação do primeiro Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS). Esse estudo revelou que a diferença na idade média ao morrer dos moradores de Belo Horizonte ou Porto Alegre em comparação com Boa Vista chega a 15 anos, sendo a média de vida nessas últimas cidades em torno de 72 anos e 57 anos, respectivamente.

O coordenador geral do Instituto, Jorge Abrahão, ressaltou a importância desses dados que destacam a desigualdade presente no país, evidenciando a necessidade de investimentos em políticas públicas que promovam a qualidade de vida da população. Questões como saneamento, habitação, saúde, educação, mortalidade infantil e violência influenciam diretamente nesses indicadores e refletem a disparidade entre as diferentes regiões e estados brasileiros.

Além disso, o estudo revelou que 100% da população de São Paulo tem acesso a esgotamento sanitário, enquanto em Porto Velho apenas 5,8% possuem essa infraestrutura básica. Apesar de os dados oficiais indicarem uma cobertura total em São Paulo, Abrahão alerta para as áreas de ocupações irregulares que ainda carecem desse serviço.

O Mapa da Desigualdade entre as capitais foi elaborado com base em informações de órgãos públicos como IBGE, DataSUS, Inep e SNIS, e de organizações não-governamentais. O estudo revelou que Curitiba se destaca como a capital com melhor desempenho nos indicadores, enquanto Porto Velho figura no outro extremo da tabela.

Diante desse cenário de desigualdade, Jorge Abrahão destaca a importância de políticas públicas que valorizem as regiões mais desfavorecidas. Ele ressalta que as desigualdades sociais estão intrinsecamente ligadas à questão econômica e que a reversão desse quadro passa por investimentos proporcionais às necessidades de cada localidade.

Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, Abrahão enfatiza a importância de a população estar atenta a esses indicadores ao escolher seus representantes. A reflexão sobre as fragilidades de cada cidade e o diálogo com os candidatos são essenciais para a construção de políticas que promovam a redução das desigualdades e o desenvolvimento social.

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