Os venezuelanos acreditam que o comunicado brasileiro parece ter sido influenciado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, e afirmam que o governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios diplomáticos e às relações amistosas com o Brasil. Em nenhum momento emite ou emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais no Brasil, reivindicando o respeito ao princípio da não ingerência nos assuntos internos e na democracia venezuelana.
Em resposta, o Itamaraty divulgou uma nota à imprensa afirmando que o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela. O Brasil expressou sua disposição em cooperar com outros membros da comunidade internacional para garantir que as eleições planejadas para 28 de julho sejam um passo significativo para a normalização da vida política e o fortalecimento da democracia na Venezuela.
No entanto, o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas se encerrou sem que a coligação de oposição ao presidente Nicolás Maduro conseguisse registrar a candidatura da filósofa Corina Yoris. O MRE brasileiro destacou que esse impedimento não está de acordo com os acordos assinados em outubro do ano passado em Barbados, para promover o diálogo, os direitos políticos e as garantias eleitorais na Venezuela.
Até o momento, não houve uma explicação oficial para o impedimento do registro da candidatura de Yoris, levantando preocupações sobre a transparência e a lisura do processo eleitoral na Venezuela. A situação continua sendo acompanhada de perto pelos governos e organizações internacionais, em meio a uma crescente tensão política no país vizinho.