O território em questão está em processo de demarcação há mais de uma década e a determinação de um prazo de 15 meses para sua conclusão representa um importante passo para garantir a justiça em prol do povo Avá-canoeiro. A antropóloga ressaltou que a decisão anterior, que reduziu a TI e retirou o acesso ao rio Javaés, principal meio de vida e navegação para a comunidade, foi considerada absurda.
Além disso, o juiz relator do caso determinou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em parceria com a Funai, faça a desintrusão das terras, reassente as pessoas afetadas pela formação da TI Taego Ãwa e pague as benfeitorias estabelecidas no território. O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública em 2018 para acelerar o processo de demarcação, destacando que a demora não é justificada por limitações materiais ou financeiras.
Os Avá-canoeiro do Araguaia têm uma história marcada por massacres, deslocamentos forçados e contato forçado com a Funai na década de 1970, durante a ditadura militar. Hoje, o grupo sobrevive graças a uniões interétnicas e aguarda o reconhecimento e desintrusão da Terra Indígena Taego Ãwa para poderem retornar ao seu território tradicional. A demarcação dessa terra é fundamental para garantir não apenas a sobrevivência física, mas também a preservação da cultura e identidade desse povo indígena.