Ministério das Relações Exteriores critica ditadura de Maduro por barrar candidata opositora nas eleições de julho na Venezuela

O ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma crítica contundente à ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, nesta terça-feira (26). A crítica foi dirigida ao fato de que a candidata opositora Corina Yoris foi impedida de se inscrever nas eleições de julho. Corina Yoris foi indicada pela líder da oposição, Maria Corina Machado, que também foi inabilitada pelo regime.

Em um comunicado oficial, o ministério destacou que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, não possuía pendências judiciais, tornando ainda mais incompreensível o impedimento de sua inscrição. A chancelaria brasileira ressaltou que tal atitude não está em conformidade com os acordos estabelecidos em Barbados. No entanto, apesar da crítica, o governo brasileiro se posicionou contra a retomada de sanções à Venezuela, como sugerido anteriormente por autoridades americanas.

O Brasil se mostrou disposto a colaborar com a comunidade internacional para que as eleições programadas para 28 de julho sejam um passo significativo para a normalização da vida política e o fortalecimento da democracia na Venezuela. O país reiterou seu repúdio a qualquer tipo de sanção que apenas contribua para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento de seu povo.

A principal coligação de oposição na Venezuela denunciou que as autoridades eleitorais não permitiram o registro da candidatura de Corina Yoris. O prazo para inscrição havia se encerrado às 23h59 de segunda-feira, 25, e as inscrições deveriam ser feitas no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A oposição havia solicitado uma prorrogação do prazo, o que acabou sendo negado pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

Essa postura crítica do governo brasileiro representa uma mudança em relação ao histórico de relações com o regime venezuelano. Apesar das críticas de americanos e europeus à inabilitação de Maria Corina Machado, o Brasil havia adotado uma postura mais cautelosa, aguardando o desenrolar dos acontecimentos políticos no país vizinho.

Com a decisão de se manifestar publicamente contra a ditadura de Maduro, o Brasil demonstra uma posição mais firme e clara em relação à defesa da democracia e dos direitos humanos na América Latina. Essa postura pode representar um desafio nas relações bilaterais entre os dois países, mas sinaliza um compromisso do Brasil com os valores democráticos e a defesa dos direitos fundamentais.

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