Em um comunicado oficial, o ministério destacou que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, não possuía pendências judiciais, tornando ainda mais incompreensível o impedimento de sua inscrição. A chancelaria brasileira ressaltou que tal atitude não está em conformidade com os acordos estabelecidos em Barbados. No entanto, apesar da crítica, o governo brasileiro se posicionou contra a retomada de sanções à Venezuela, como sugerido anteriormente por autoridades americanas.
O Brasil se mostrou disposto a colaborar com a comunidade internacional para que as eleições programadas para 28 de julho sejam um passo significativo para a normalização da vida política e o fortalecimento da democracia na Venezuela. O país reiterou seu repúdio a qualquer tipo de sanção que apenas contribua para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento de seu povo.
A principal coligação de oposição na Venezuela denunciou que as autoridades eleitorais não permitiram o registro da candidatura de Corina Yoris. O prazo para inscrição havia se encerrado às 23h59 de segunda-feira, 25, e as inscrições deveriam ser feitas no site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A oposição havia solicitado uma prorrogação do prazo, o que acabou sendo negado pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Essa postura crítica do governo brasileiro representa uma mudança em relação ao histórico de relações com o regime venezuelano. Apesar das críticas de americanos e europeus à inabilitação de Maria Corina Machado, o Brasil havia adotado uma postura mais cautelosa, aguardando o desenrolar dos acontecimentos políticos no país vizinho.
Com a decisão de se manifestar publicamente contra a ditadura de Maduro, o Brasil demonstra uma posição mais firme e clara em relação à defesa da democracia e dos direitos humanos na América Latina. Essa postura pode representar um desafio nas relações bilaterais entre os dois países, mas sinaliza um compromisso do Brasil com os valores democráticos e a defesa dos direitos fundamentais.