Navio-cargueiro Dali apresentava deficiência em máquinas de propulsão antes de colidir com ponte em Baltimore, indicam investigações.

Após uma inspeção realizada no ano passado no navio-cargueiro Dali em um porto chileno, foi constatada uma deficiência nas máquinas de propulsão e auxiliares da embarcação. Essa mesma falha pode ter sido a causa do acidente que ocorreu na madrugada desta terça-feira, em Baltimore, Maryland, quando o navio perdeu o controle, colidiu com uma ponte e a derrubou.

A fiscalização ocorreu em junho de 2023 no porto de San Antonio e apontou que a deficiência estava relacionada a medidores e termômetros. Desde 2015, o Navio Dali passou por 27 inspeções, tendo sido encontrado apenas um outro problema em 2016, no porto de Antuérpia, que afetava a navegabilidade do casco. A empresa proprietária do navio, Grace Ocean Investment, se recusou a comentar sobre a deficiência relatada no ano anterior.

O Dali tinha zarpado há menos de 30 minutos para uma viagem de 27 dias com destino ao Sri Lanka, quando o acidente ocorreu, derrubando a ponte Francis Scott Key e deixando seis pessoas desaparecidas. Com quase 300 metros de comprimento e 50 de largura, o navio transportava dois pilotos e 22 tripulantes, de acordo com a Autoridade Marítima e Portuária de Cingapura e os proprietários da embarcação, Grace Ocean Investment.

Construído em 2015 pela Hyundai Heavy Industries, o Dali retornou recentemente do Panamá aos Estados Unidos antes de iniciar a viagem para o Sri Lanka. A Maersk informou que fretou o navio para transportar carga da empresa, sem ter tripulação da multinacional a bordo.

O acidente com o navio-cargueiro causou o desabamento da ponte Francis Scott Key, que cruza o rio Patapsco em Baltimore. Autoridades descartaram a possibilidade de terrorismo e afirmaram que a embarcação enfrentou problemas elétricos que resultaram na perda de propulsão e no choque contra a estrutura da ponte. O governador de Maryland declarou estado de emergência em função do acidente, que deixou pessoas e veículos caídos no rio, com algumas já resgatadas e outras ainda desaparecidas. Medidas de segurança foram tomadas para evitar mais tragédias durante as operações de resgate.

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