Senado deve investigar hospedagem de Bolsonaro na embaixada da Hungria, afirma primeiro-secretário em entrevista à TV Senado.

O Senado Federal está envolvido em mais uma polêmica envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, o primeiro-secretário da Casa, Rogério Carvalho (PT-SE), concedeu uma entrevista à TV Senado nesta terça-feira (26) onde defendeu a necessidade de uma investigação sobre a estadia de Bolsonaro na sede da Embaixada da Hungria, em Brasília.

Segundo Carvalho, a hospedagem do ex-presidente na embaixada “levanta muita suspeição” e é algo que precisa ser profundamente apurado. De acordo com informações divulgadas pela defesa de Bolsonaro, a estadia na embaixada foi um convite e teve como objetivo manter contatos com autoridades do país amigo.

O fato de Bolsonaro ter ficado hospedado em um local considerado território inviolável pela Convenção de Viena de 1961 gerou questionamentos sobre a possibilidade de ele ser preso por autoridades brasileiras sem o consentimento do país no qual a embaixada está localizada.

Como parte das atribuições de fiscalização do Senado, os senadores podem apresentar requerimentos para convocar o embaixador húngaro, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a situação. A revelação da estadia de Bolsonaro na embaixada foi feita pelo jornal norte-americano The New York Times, que teve acesso a imagens de câmeras de segurança mostrando o ex-presidente chegando ao local em 12 de fevereiro e permanecendo até a tarde do dia 14.

O contexto em que a hospedagem ocorreu é importante ressaltar, já que dias antes da chegada de Bolsonaro à embaixada foi realizada a operação Tempus Veritatis pela Polícia Federal para investigar uma suposta organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito após as eleições de 2022. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, mirou aliados próximos de Bolsonaro, incluindo militares, ex-assessores e ex-ministros de seu governo.

Rogério Carvalho enfatizou a importância das investigações em curso tanto pela Polícia Federal quanto pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro, que apontam Bolsonaro como o possível mentor de uma tentativa de golpe no Brasil após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Para o senador, é fundamental que o Brasil leve a sério a democracia e puna aqueles que atentem contra o Estado democrático de direito para garantir instituições fortes e resistentes a futuros atentados.

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