Enquanto alguns indivíduos seguravam cartazes pedindo a autorização da pílula nos 50 estados do país, outros argumentavam que o medicamento representa um risco para a saúde das mulheres. A procuradora-geral dos EUA, Elizabeth Prelogar, destacou que não havia justificativa para restringir desnecessariamente o acesso ao medicamento, aprovado pela FDA desde 2000.
Em um contexto em que a maioria conservadora da Suprema Corte já reverteu uma decisão histórica sobre o direito ao aborto em todo o país, grupos conservadores buscam impedir o acesso à mifepristona, mesmo diante das evidências científicas que comprovam sua segurança. O governo do presidente Joe Biden e o fabricante da pílula, o laboratório Danco, recorreram a decisão anterior perante a Suprema Corte, que suspendeu a sentença dos tribunais inferiores até sua pronúncia sobre o caso.
A decisão final da corte está prevista para antes do final de junho, em um momento que antecede as eleições presidenciais nos Estados Unidos, nas quais o aborto já é considerado um tema central da campanha. A disputa jurídica em torno dos direitos reprodutivos ocorre enquanto o uso de pílulas abortivas está em ascensão, representando 63% dos abortos realizados no país no ano passado. Tais dados do Instituto Guttmacher evidenciam a importância do acesso a métodos seguros de interrupção da gravidez.