Fernando Pinto, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Morro do Andaraí (Amama), analisa que o plano de urbanização implementado em 1994 já se encontra obsoleto devido ao crescimento exponencial da comunidade. O desgaste das vias, a falta de modernização das redes de esgoto e pluvial, e a ausência de manutenção são fatores que contribuem para a precariedade da infraestrutura local.
Os moradores, como Maria Elisabete, cozinheira da região, relatam a carência de serviços básicos, como a falta de água e os problemas com esgoto. Mesmo em meio a adversidades, a união da comunidade se destaca como um ponto positivo para lidar com as dificuldades do dia a dia. No entanto, a presença da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local é criticada por não ter cumprido as promessas de melhoria na segurança e por trazer uma sensação de militarização ao invés de oferecer assistência social e lazer.
O programa Favela-Bairro, concebido para promover a transformação das favelas em bairros integrados à cidade, foi um marco na política de urbanização do Rio de Janeiro. No entanto, ao longo dos anos, outros programas foram implementados, como o Morar Carioca, que buscaram dar continuidade às ações de melhoria das condições de vida nas favelas. A participação efetiva dos moradores nos projetos de urbanização, no entanto, ainda é um desafio a ser superado.
Diante desse cenário, a comunidade do Morro do Andaraí aguarda por novos investimentos e ações que possam melhorar sua infraestrutura e qualidade de vida. O desafio das autoridades e gestores é integrar de forma efetiva as favelas à cidade e promover uma urbanização que atenda às necessidades e realidades locais, com participação ativa e integração da comunidade.