A principal autora do estudo, Laura Kiiroja, da Universidade de Dalhousie, explicou que os cães de serviço com TEPT já são treinados para auxiliar pessoas durante momentos de crise. Contudo, até então, os cães eram treinados para responder a sinais comportamentais e físicos. Com a descoberta do estudo, abre-se a possibilidade de que cães possam detectar esses episódios através do odor.
O TEPT é caracterizado por reações intensas e disfuncionais que ocorrem após eventos traumáticos. Sintomas como reviver o trauma, hiperexcitação e evitação de lembranças podem ser enfrentados pelas pessoas que sofrem desse transtorno. Os cães-guia podem desempenhar um papel crucial no auxílio aos pacientes, alertando e interrompendo episódios de TEPT.
O estudo contou com a participação de 26 pessoas com diagnóstico de TEPT, que tiveram seus perfumes coletados para a pesquisa. Durante experimentos realizados com máscaras durante sessões de relembrança do trauma, dois cães, Ivy e Callie, foram treinados para reconhecer o odor associado ao estresse. Ambos alcançaram altos níveis de precisão na diferenciação entre amostras estressadas e não estressadas.
Com base nos resultados, os pesquisadores especulam que Ivy estava mais sintonizada com hormônios associados ao estresse, como a adrenalina, enquanto Callie se mostrou mais orientada para hormônios ligados ao início dos sintomas de TEPT. Essa descoberta pode levar a intervenções mais eficazes no tratamento de pessoas com TEPT, com a ajuda dos cães-guia.
Portanto, a pesquisa evidencia a capacidade dos cães-guia de farejar sinais de TEPT através da respiração, o que pode revolucionar o auxílio a pessoas que enfrentam esse transtorno. Com mais estudos e treinamento, esses animais podem se tornar peças-chave no suporte emocional e na detecção precoce de episódios de TEPT.
