Retomada das punições públicas pelo Talibã gera indignação e preocupação entre grupos de direitos humanos, criticando o silêncio internacional.

O recente anúncio do Talibã sobre a retomada das punições públicas, como apedrejamento até a morte e açoite de mulheres, tem provocado indignação e preocupação entre grupos de direitos humanos. A comunidade internacional tem sido acusada de permitir tais atrocidades ao manter-se em silêncio diante de tais violações.

Em uma entrevista concedida à BBC de Londres, Safia Arefi, diretora da organização afegã Women’s Window of Hope, expressou consternação com o anúncio, afirmando que isso condena as mulheres afegãs a reviver os dias sombrios do regime talibã nos anos 1990. Ela ressaltou que as mulheres agora estão enfrentando uma profunda solidão, sem apoio para se proteger das punições cruéis impostas pelo Talibã, enquanto a comunidade internacional continua em silêncio diante dessas violações dos direitos humanos.

O líder supremo do Talibã, Hibatullah Akhundzada, anunciou no fim de semana que o grupo reintroduzirá a sua interpretação da Sharia no Afeganistão, incluindo a aplicação de chibatadas em público e o apedrejamento de mulheres por adultério. Em um áudio divulgado pela Rádio Nacional Televisão do Afeganistão, controlada pelo grupo fundamentalista, ele justificou tais punições em nome de sua interpretação da lei religiosa, desafiando os princípios democráticos e os direitos das mulheres.

Ativistas de direitos humanos, como Samira Hamidi, da Anistia Internacional, condenaram veementemente essas medidas, destacando que são uma violação flagrante das leis internacionais de direitos humanos, incluindo a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Segundo ela, as mulheres afegãs estão agora extremamente vulneráveis à perseguição e à injustiça.

O Talibã argumenta que tais atos de brutalidade são uma forma de combater influências ocidentais. No entanto, a comunidade internacional e grupos de direitos humanos continuam a pressionar por uma intervenção para evitar mais atrocidades. Eles alertam que o silence diante dessas violações dos direitos humanos só permitirá que o Talibã se torne cada vez mais audacioso em impor suas políticas draconianas, colocando em risco ainda mais a vida e dignidade das mulheres afegãs.

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