Estudo da UFPR aponta que gestantes têm 5,4 vezes mais chances de desenvolver dengue grave em 2024

Um estudo recente realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) revelou dados alarmantes sobre a relação entre a gravidez e a dengue. De acordo com a pesquisa, mulheres grávidas correm um risco 2,93 vezes maior de hospitalização e 5,4 vezes maior de desenvolver quadros graves da doença em comparação com aquelas que não estão grávidas.

Os pesquisadores apontam que as mudanças anatômicas e fisiológicas pelas quais as gestantes passam durante a gravidez as tornam mais vulneráveis à dengue. As alterações cardiovasculares dificultam o diagnóstico correto da doença e podem atrapalhar a avaliação de sua gravidade.

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A análise dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, entre os anos de 2016 e 2019 revelou que das 27.695 mulheres entre 10 e 49 anos com casos confirmados de dengue, 949 estavam grávidas. A conclusão do estudo, publicado no periódico científico BMC Infectious Diseases, foi de que o risco de hospitalização e de dengue grave era significativamente maior nas gestantes, independente da idade da mulher.

De acordo com a médica Denise Siqueira de Carvalho, co-orientadora da pesquisa e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFPR, é necessário realizar mais estudos para compreender quais fatores influenciam na gravidade da doença em gestantes. Além disso, a especialista ressalta a importância de conscientizar a população, principalmente as mulheres em idade reprodutiva, sobre a prevenção da dengue.

A preocupação com a dengue é ainda mais relevante neste ano, já que o Brasil registrou um número recorde de casos da doença. Especialistas apontam que fatores como a introdução de novos sorotipos do vírus, as mudanças climáticas e a redução das medidas de combate ao mosquito transmissor contribuíram para o aumento exponencial de casos em 2024.

Diante desse cenário, medidas de prevenção, como o uso de repelentes adequados para gestantes e telas nas residências para evitar a entrada do mosquito transmissor, são essenciais para evitar a propagação da dengue e proteger a saúde das gestantes e da população em geral.

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