Segundo dados do Escritório de Orçamento do Congresso, nos meses de janeiro e fevereiro foram repassados US$ 300,6 milhões para empresas estatais, representando uma redução de 53% em comparação ao ano anterior. Esse valor corresponde a apenas 3,1% do crédito disponível para despesas desse tipo em 2024. Surpreendentemente, 10 empresas não receberam nenhum repasse do governo nestes dois meses.
Por outro lado, a Energía Argentina (Enarsa), a principal empresa de energia do país, foi a que mais recebeu investimentos do Tesouro, com um total de US$ 178 bilhões nos primeiros dois meses do ano, representando quase 60% dos repasses para empresas estatais. Mesmo assim, esse valor é 45,3% menor do que o recebido pela empresa no mesmo período do ano passado.
Em meio a esses cortes e ajustes, apenas três das 29 empresas contempladas nos dados do OPC receberam mais do que em 2023. A Educ.ar, por exemplo, teve um aumento nos repasses devido à falta de verbas durante o governo anterior. Já a Ferrocarriles Argentinos, que administra a rede ferroviária do país, também teve um aumento nos repasses este ano.
Diante da necessidade de cortes de gastos e da privatização de várias estatais, tanto o governo quanto a oposição concordam que medidas devem ser tomadas. No entanto, há preocupações de que os cortes bruscos possam descapitalizar as empresas que o governo pretende privatizar. A nova versão da Lei de Bases propõe a privatização de empresas como Aerolíneas Argentinas, Enarsa e Radio y Televisión Argentina, dentre outras. Enquanto os processos de privatização avançam, todas as empresas estatais continuam sob a supervisão do chefe de gabinete, Nicolás Posse, com a missão de reduzir o déficit e avançar com a privatização.