Maduro chama de “circo” preocupação internacional com exclusão de candidata das eleições na Venezuela, adere ao discurso anti-imperialista.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, gerou polêmica nesta segunda-feira (1º) ao responder às críticas de diversos governos sobre a exclusão de Corina Yoris, apoiada pelo maior bloco opositor do país, das eleições de 28 de julho. Maduro classificou a preocupação expressa por países como os Estados Unidos, Argentina, Colômbia e Brasil de “circo” durante um de seus programas semanais de televisão.

Maduro afirmou que a Venezuela possui o sistema eleitoral mais confiável, transparente e auditado do mundo e que o processo eleitoral está marcado entre o “céu e a terra”. O presidente acusou os Estados Unidos de incentivarem uma “campanha” contra o sistema eleitoral venezuelano. O Departamento de Estado dos EUA e outros países criticaram a exclusão de Yoris, indicada pela liberal María Corina Machado para substituí-la nas eleições devido à desqualificação imposta pela Controladoria, alinhada ao governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o assunto, classificando a exclusão de Yoris como “grave” durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente francês Emmanuel Macron. Macron pediu a “restauração” da possibilidade de participação de Yoris nas eleições.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, alinhado ao governo, rejeitou as críticas dos EUA e acusou Washington de buscar desacreditar as eleições presidenciais. Enquanto isso, María Corina Machado apelou à comunidade internacional para pressionar pela candidatura de Yoris, uma filósofa de 80 anos que não pôde se inscrever, sendo substituída “provisoriamente” pelo ex-embaixador Edmundo González Urrutia.

O processo de inscrição para as eleições teve 13 candidatos, sendo nove rejeitados pela oposição tradicional, que os considerou “colaboracionistas” do governo. Além disso, Manuel Rosales, um antigo rival de Hugo Chávez, também se candidatou, aumentando a disputa eleitoral no país.

A exclusão de Yoris e as reações dos diferentes governos e autoridades colocaram em xeque a transparência e legitimidade do processo eleitoral na Venezuela. Controversas como essa continuam a desafiar a democracia no país e a gerar repercussões em nível internacional.

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