O ministro do Interior, Víctor Torres, foi o primeiro a entregar o cargo, seguido por titulares de outras pastas importantes, como Mulher, Educação, Produção, Desenvolvimento Agrário e Comércio Exterior. O governo optou por não divulgar os motivos das renúncias.
Em uma reviravolta, Dina Boluarte empossou seis novos ministros, incluindo Walter Ortiz na pasta do Interior, durante a noite. Víctor Torres, que atuava como responsável máximo da polícia, alegou problemas familiares como motivo para deixar o governo.
O cenário político se agravou com a operação de busca e apreensão na residência e no gabinete da presidente, conduzida pela polícia em conjunto com o Ministério Público. A imprensa relatou que um setor do governo havia solicitado a remoção do coronel que liderou a operação.
A presidente Dina Boluarte, alvo da investigação por suposto enriquecimento ilícito devido aos relógios de luxo não declarados, foi formalmente intimada a apresentá-los ao Ministério Público. Ela denunciou a ação como “arbitrária, desproporcional e abusiva”, alegando ser vítima de um ataque à democracia.
O escândalo envolvendo a presidente se arrasta desde meados de março e pode culminar em um pedido de vacância (impeachment) pelo Congresso. No entanto, a concretização desse cenário dependerá de uma aliança entre partidos de diferentes orientações políticas, o que é considerado difícil de alcançar.
Em meio à turbulência política e jurídica, Dina Boluarte busca esclarecer os fatos e manter-se no cargo até o final de seu mandato, em 2026. O Peru vive um momento delicado, com repercussões na estabilidade política, social e econômica do país.