STF forma maioria de 6 votos a 0 contra interpretação das Forças Armadas como “poder moderador” no Brasil

Nesta segunda-feira (1º), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de 6 votos a 0 contra a interpretação de que as Forças Armadas podem exercer o chamado “poder moderador” no Brasil. O voto decisivo foi proferido pelo ministro Gilmar Mendes, que expressou sua posição contrária à tese do poder moderador, afirmando que a sociedade brasileira não tem nada a ganhar com a politização dos quartéis e que a Constituição de 1988 não admite tal interpretação.

A ação em julgamento foi protocolada pelo PDT em 2020, com o objetivo de impedir que o Artigo 142 da Constituição seja utilizado para justificar a intervenção das Forças Armadas no funcionamento das instituições democráticas. A tese do poder moderador, que foi propagada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou grande controvérsia e foi o ponto central do debate no Supremo.

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O relator do caso, ministro Luiz Fux, concedeu uma liminar em junho de 2020, confirmando que o Artigo 142 não autoriza a interferência das Forças Armadas nos Três Poderes. Fux destacou que a missão institucional das Forças Armadas é limitada e não abrange o exercício de poder moderador sobre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Até o momento, outros ministros como Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Edson Fachin, Flávio Dino e Gilmar Mendes também votaram de acordo com a posição de Fux. Dino ressaltou que não há um “poder militar” no país, salientando que o poder é civil e os militares estão subordinados à soberania popular.

O julgamento está sendo realizado de forma virtual, com os ministros inserindo os votos no sistema eletrônico da Corte. A votação final está prevista para o dia 8 de abril, quando será definido o desfecho desta importante questão sobre as atribuições e limites das Forças Armadas no Brasil.

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