Na época do ocorrido, em 1971, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) arquivou o caso com a intervenção do então ministro da Justiça Alfredo Buzaid, que desempatou a votação a favor do arquivamento. Anos mais tarde, uma representante da Associação Brasileira de Educação (ABE) revelou ter sido pressionada por membros do conselho e militares para votar dessa forma.
A reabertura do processo foi proposta pela presidente do CNDH, Marina Dermman, e aprovada por quase todos os presentes, com exceção da representante do Ministério da Justiça, Roseli Faria, que se absteve por falta de posicionamento da pasta. Em sua fala, Roseli ressaltou a importância de respeitar a memória e fazer justiça em casos como o de Rubens Paiva.
Durante a reunião, familiares de Rubens Paiva estiveram presentes, incluindo sua filha Vera Paiva. O conselheiro Hélio Leitão, representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), destacou a representatividade da reabertura do caso no contexto dos 60 anos do golpe militar.
Os elementos reunidos no novo processo serão encaminhados ao Ministério Público Federal e às instâncias oficiais de apuração. Hélio Leitão ressaltou que a Lei da Anistia de 1979 não protege torturadores e assassinos da ditadura militar, destacando a necessidade de responsabilização dos culpados.
Rubens Paiva foi eleito deputado federal em 1962 e, após o golpe militar, passou a defender a democracia publicamente, o que levou à perseguição pelos militares e seu subsequente desaparecimento. Sua história é um símbolo da luta pela verdade, memória e justiça no Brasil, e a reabertura do caso representa um passo importante nessa busca por reparação.