Operação Verão em São Paulo deixa rastro de violência: 56 civis e 2 policiais mortos, ouvidor critica ação e governo encerra operação

Após quase três meses de atuação, o governo do estado de São Paulo decidiu encerrar a Operação Verão realizada pelas polícias militar e civil nas cidades da Baixada Santista. A ação, que teve início em dezembro de 2023, resultou em 56 civis mortos, em supostos confrontos com os agentes de segurança. Além disso, dois policiais também perderam suas vidas nas operações.

O ouvidor da Polícia do estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, fez duras críticas à operação, destacando o elevado número de mortes causadas pelos agentes de segurança. “O balanço que a ouvidoria faz da Operação Verão é bastante negativo, dada a quantidade de pessoas impactadas de forma negativa. Os números oficiais apontam 56 mortes, inclusive de pessoas vulneráveis”, afirmou.

Silva ressaltou ainda que o modelo de segurança adotado pelo estado resultou em mais vítimas fatais, incluindo policiais. Segundo ele, é necessário combater o modelo de “bandido bom é bandido morto”, que tem se mostrado ineficaz e mortal tanto para a sociedade quanto para a polícia.

Apesar dos resultados apresentados pela Secretaria de Segurança Pública, que indicam a prisão de 1.025 infratores, apreensão de drogas e armas ilegais, e a redução de roubos na região da Baixada Santista, dados mostram que os homicídios dolosos aumentaram durante os meses em que a operação estava ativa. Além disso, houve um aumento significativo no número de mortes causadas por policiais militares em serviço na região.

A gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Natália Pollachi, criticou a postura da polícia de São Paulo em priorizar operações de confronto em detrimento de políticas que visam controlar a letalidade da corporação. Segundo ela, o aumento da letalidade nas operações é preocupante e demonstra um retrocesso em medidas que estavam apresentando resultados positivos na redução de mortes.

Por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, demonstrou não se preocupar com as denúncias de abusos na condução da Operação Verão, afirmando ter tranquilidade com as ações realizadas. O futuro das estratégias de segurança pública no estado permanece incerto diante dos desafios e críticas enfrentadas durante a operação na Baixada Santista.

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