Poluição marinha provoca tumores em tartarugas-verdes e ameaça espécie de extinção, aponta estudo publicado no periódico PLOS One.

A poluição marinha tem se mostrado um grande desafio para as tartarugas-verdes juvenis na costa brasileira. Um estudo publicado na revista PLOS One revelou que esses animais estão desenvolvendo tumores benignos, mas que têm impactos negativos em diversas áreas de suas vidas, como locomoção, visão, alimentação e reprodução.

Esses tumores, caracterizados como fibropapilomatose, são causados pelo vírus Chelonid herpesvirus 5 (ChHV5), pertencente à mesma família que provoca herpes em humanos. Eles surgem nas regiões em que as tartarugas têm pele, como nadadeiras, pálpebras, pescoço e cauda, mas também podem ser encontrados dentro da boca ou em órgãos internos, como fígado, pulmão e rim.

O estudo analisou 400 quilômetros da costa do Espírito Santo, uma região importante para as tartarugas-verdes em fase juvenil. Nessas condições, os tumores atingem mais frequentemente as tartarugas com cinco a seis anos de idade, que ainda não atingiram a maturidade sexual.

Conforme a pesquisa, a fibropapilomatose e outros fatores, como pesca predatória e degradação do habitat, ameaçam a sobrevivência dessas espécies. A prevalência da doença é maior próximo ao litoral e às praias, em comparação com ilhas oceânicas mais limpas.

Na costa capixaba, quase 41% das tartarugas-verdes juvenis analisadas apresentaram tumores, sendo que cada indivíduo pode desenvolver até 300 tumores com diâmetros de até 40 centímetros. A professora Eliana Reiko Matushima, uma das autoras do estudo, ressaltou que a infecção não leva à morte do animal, mas os tumores podem causar afogamento ou falta de alimentação.

Diante desse cenário preocupante, a preservação dessas espécies se torna ainda mais urgente. A conscientização sobre os impactos da poluição marinha e ações para minimizar esses efeitos são fundamentais para garantir a sobrevivência das tartarugas-verdes na costa brasileira.

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