Taxa de juros do cartão de crédito rotativo cai pelo segundo mês seguido, mas ainda permanece em patamares altos

No segundo mês consecutivo, as taxas médias de juros do cartão de crédito rotativo apresentaram uma redução significativa para as famílias brasileiras. De acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC) nas Estatísticas Monetárias e de Crédito nesta terça-feira (2), a taxa média anual passou de 419,3% em janeiro para 412,5% em fevereiro, representando uma queda de 6,8 pontos percentuais no mês e 7,9 pontos percentuais em 12 meses.

O cartão de crédito rotativo é uma modalidade de crédito de curto prazo, utilizado quando o consumidor não consegue pagar o valor total da fatura, resultando em juros elevados. Em janeiro deste ano, uma nova lei entrou em vigor limitando os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em vez dos mais de 400% anuais cobrados anteriormente. No entanto, essa medida se aplica apenas a novos financiamentos, o que explica a manutenção dos números em patamares elevados.

Além disso, os dados mostraram que os juros do cheque especial tiveram um aumento de 6 pontos percentuais no mês, mas uma redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 131,8% ao ano. Por outro lado, os juros do cartão de crédito parcelado diminuíram 3,3 pontos percentuais no mês e 7,3 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 184,5% ao ano.

O cenário completo das taxas de juros para pessoas físicas aponta uma média de 52,5% ao ano, com uma queda de 0,1 ponto percentual no mês e de 6,0 pontos percentuais em 12 meses. Já para empresas, a média foi de 21,4% ao ano, com uma redução de 0,9 ponto percentual no mês e de 2,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Em relação ao saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o volume total atingiu R$ 501,6 bilhões em fevereiro, representando uma diminuição de 0,3% no mês, mas um aumento de 5,3% em 12 meses. O saldo do crédito total concedido pelos bancos foi de R$ 5,796 trilhões, com um acréscimo de 0,2% em relação a janeiro e de 8% em 12 meses.

Em meio a esse cenário, o Banco Central ressalta que a queda das taxas de juros está alinhada com a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que vem sendo gradativamente reduzida para estimular a economia. Consequentemente, a taxa média de juros das concessões de crédito segue em declínio, atingindo 27,8% ao ano em fevereiro, o que representa uma redução de 0,4 ponto percentual no mês e de 3,3 pontos percentuais em 12 meses.

Os indicadores de inadimplência, endividamento e comprometimento da renda das famílias também foram destacados, mostrando uma estabilidade na inadimplência em 3,3%, um aumento de 0,2 ponto percentual no endividamento em 48% e um incremento de 0,1 ponto percentual no comprometimento da renda em 25,8%. Esses dados são fundamentais para compreender o cenário econômico atual e suas perspectivas para o futuro.

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