O cartão de crédito rotativo é uma modalidade de crédito de curto prazo, utilizado quando o consumidor não consegue pagar o valor total da fatura, resultando em juros elevados. Em janeiro deste ano, uma nova lei entrou em vigor limitando os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em vez dos mais de 400% anuais cobrados anteriormente. No entanto, essa medida se aplica apenas a novos financiamentos, o que explica a manutenção dos números em patamares elevados.
Além disso, os dados mostraram que os juros do cheque especial tiveram um aumento de 6 pontos percentuais no mês, mas uma redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 131,8% ao ano. Por outro lado, os juros do cartão de crédito parcelado diminuíram 3,3 pontos percentuais no mês e 7,3 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 184,5% ao ano.
O cenário completo das taxas de juros para pessoas físicas aponta uma média de 52,5% ao ano, com uma queda de 0,1 ponto percentual no mês e de 6,0 pontos percentuais em 12 meses. Já para empresas, a média foi de 21,4% ao ano, com uma redução de 0,9 ponto percentual no mês e de 2,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Em relação ao saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o volume total atingiu R$ 501,6 bilhões em fevereiro, representando uma diminuição de 0,3% no mês, mas um aumento de 5,3% em 12 meses. O saldo do crédito total concedido pelos bancos foi de R$ 5,796 trilhões, com um acréscimo de 0,2% em relação a janeiro e de 8% em 12 meses.
Em meio a esse cenário, o Banco Central ressalta que a queda das taxas de juros está alinhada com a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que vem sendo gradativamente reduzida para estimular a economia. Consequentemente, a taxa média de juros das concessões de crédito segue em declínio, atingindo 27,8% ao ano em fevereiro, o que representa uma redução de 0,4 ponto percentual no mês e de 3,3 pontos percentuais em 12 meses.
Os indicadores de inadimplência, endividamento e comprometimento da renda das famílias também foram destacados, mostrando uma estabilidade na inadimplência em 3,3%, um aumento de 0,2 ponto percentual no endividamento em 48% e um incremento de 0,1 ponto percentual no comprometimento da renda em 25,8%. Esses dados são fundamentais para compreender o cenário econômico atual e suas perspectivas para o futuro.