Segundo Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, com a publicação da nota técnica, as pessoas que já receberam uma dose do HPV estão plenamente vacinadas e não precisarão receber a segunda dose. A vacina utilizada continua sendo a dose quadrivalente produzida pelo Instituto Butantan, que protege contra quatro subtipos do HPV associados ao câncer de colo de útero.
Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), considera a mudança uma estratégia acertada. Ela ressalta que vários países do mundo estão migrando para a dose única devido aos benefícios observados, como a redução na circulação do vírus e na incidência de câncer relacionado ao HPV.
No entanto, é importante ressaltar que a mudança se aplica estritamente ao SUS, enquanto o esquema de duas doses para adolescentes de 9 a 14 anos está mantido na rede particular. Levi destaca que o Brasil tem como objetivo eliminar o câncer de colo de útero até 2030 e que a vacinação é parte fundamental desse processo.
A recomendação do Ministério da Saúde também inclui uma busca ativa por jovens de até 19 anos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra o HPV. Essa ação visa ampliar a cobertura vacinal e proteger mais pessoas contra as doenças associadas ao Papilomavírus Humano.
Com base na experiência de outros países, como Suécia, Austrália e Dinamarca, que caminham rumo à eliminação do câncer de colo de útero, é possível vislumbrar um cenário positivo para o Brasil. A dose única da vacina contra o HPV representa um passo importante no combate a essa doença e na promoção da saúde da população brasileira.