Ataques israelenses fazem organizações humanitárias suspenderem atividades em Gaza, em meio a críticas internacionais e redução de ajuda

Desde o ataque israelense que resultou na morte de sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) na Faixa de Gaza, o cenário na região tem se tornado cada vez mais tenso e desafiador para organizações operando no enclave palestino. Manifestações de repúdio ao bombardeio, até mesmo por aliados de Israel, vêm se intensificando e agora algumas dessas organizações estão considerando reduzir ou suspender suas atividades na região.

A WCK foi uma das primeiras a reagir, suspendendo imediatamente seus trabalhos e ordenando o retorno de navios carregados com toneladas de ajuda humanitária para Larnaca, no Chipre. A organização havia distribuído milhões de refeições para a população civil de Gaza desde o início da guerra, mas agora encontra-se diante de um cenário de incerteza e insegurança.

A Anera, uma ONG com presença significativa nos territórios palestinos há décadas, também anunciou a pausa de suas atividades no enclave em razão da morte dos trabalhadores humanitários. Segundo comunicado da organização, a segurança de sua equipe e famílias não pode mais ser garantida, levando à decisão drástica de interromper os trabalhos em Gaza.

Outras organizações, como a Médicos sem Fronteiras e a Cruz Vermelha, expressaram preocupação com a crescente violência na região e a perda de vidas de trabalhadores humanitários. O acesso à ajuda humanitária em Gaza já vinha sendo restrito devido ao conflito em curso, e o ataque da semana passada apenas exacerbou essa situação delicada.

O Exército israelense emitiu um pedido de desculpas pelo ataque, alegando que se tratou de um erro operacional em meio a condições complexas de guerra. No entanto, críticas e questionamentos sobre a conduta de Israel e a proteção de trabalhadores humanitários têm sido levantados por líderes políticos e organizações internacionais.

A morte dos funcionários da WCK foi descrita como um “ataque sistemático” por Jose Andrés, fundador da organização, que reforçou a importância de reconhecer e respeitar a presença de civis e trabalhadores humanitários em áreas de conflito. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos desse trágico incidente, que pode representar um ponto de inflexão na crise humanitária em Gaza.

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