Recentemente, grupos de ex-trabalhadores do Estado tentaram ocupar ministérios em Buenos Aires, mas foram reprimidos pelas forças de segurança. Imagens que viralizaram nas redes sociais mostraram agentes de segurança exigindo a documentação dos trabalhadores para confirmar se estavam na lista dos demitidos durante a Semana Santa. Há relatos de que até mesmo manifestações pacíficas em frente ao Congresso Nacional foram reprimidas pela polícia.
A tensão se intensifica em um momento em que o governo negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter antecipações de pagamentos e garantir o financiamento de seu programa econômico. O sindicato dos professores realizou uma greve nacional, enquanto o dos caminhoneiros ameaçou paralisar o país na semana que vem. Além disso, a Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) está analisando possíveis ações futuras.
A crise desencadeada pelas demissões em massa resultou na renúncia da ex-subsecretária de Trabalho, Mariana Hortai Sueldo. A ATE anunciou uma greve geral em repúdio aos cortes implementados pelo governo de Milei. Nas redes sociais, sindicalistas alertaram que a mobilização dos trabalhadores estatais está apenas começando, evidenciando a insatisfação e a luta da classe trabalhadora na Argentina. Os sindicatos estão dispostos a convocar uma nova greve geral contra o governo, mostrando a determinação em resistir às medidas adotadas.
Por outro lado, o governo argumenta que as demissões são necessárias para reduzir os gastos públicos e melhorar a situação econômica do país. Manuel Adorni, porta-voz da Casa Rosada, destacou a importância de cortar vagas consideradas desnecessárias para otimizar recursos. Enquanto isso, o presidente Milei determinou que o gabinete continue a reduzir postos de trabalho nos próximos meses, enfatizando a necessidade de alcançar o déficit zero para impulsionar a recuperação econômica da Argentina.
Diante desse cenário de conflito e incertezas, a Argentina enfrenta um momento delicado, com a população dividida entre apoiar ou rejeitar as medidas do governo de Milei. A situação continua tensa, com os sindicatos ameaçando novas paralisações e a pressão social se intensificando contra as políticas adotadas pela administração atual. A expectativa é de dias turbulentos para o país sul-americano, enquanto a luta por direitos trabalhistas e justiça social se intensifica em meio a um cenário de instabilidade e incertezas.