MPF recorre contra exclusão de ex-presidente da Vale em processo sobre o rompimento da barragem de Brumadinho, que resultou na morte de 272 pessoas.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um recurso contra a concessão do habeas corpus que excluiu o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, da ação penal que investiga as responsabilidades pelo rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, no ano de 2019. A tragédia resultou na morte de 272 pessoas, incluindo dois bebês abortados devido ao desastre. A tragédia ambiental também gerou grandes impactos em municípios próximos ao Rio Paraopeba.

No processo criminal, 16 pessoas foram acusadas de homicídio doloso qualificado e crimes ambientais, sendo 11 ligadas à Vale e cinco à empresa alemã Tüv Süd. Schvartsman era um dos réus, mas o habeas corpus foi concedido sob a alegação de falta de justa causa para a denúncia contra ele.

A decisão da Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) considerou que não havia suficientes indícios de autoria contra Schvartsman. O MPF discorda e alega que o ex-presidente da Vale tinha conhecimento dos riscos da barragem e não tomou as devidas providências para evitar o colapso.

Embora o TRF-6 tenha decidido sobre o habeas corpus, o MPF recorreu da decisão alegando obscuridade e contradição no veredicto dos desembargadores. A Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho também se posicionou contra a exclusão de Schvartsman da ação penal.

O julgamento foi marcado por protestos e manifestações de familiares e entidades em frente ao TRF-6. A concessão do habeas corpus gerou indignação em diversas esferas da sociedade, que esperam por novas denúncias e um julgamento justo para as vítimas da tragédia de Brumadinho.

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