O interrogatório teve início às 8h30 locais e durou cerca de cinco horas e meia, encerrando com a saída de Boluarte do Ministério Público sem fazer declarações à imprensa. A presidenta foi acompanhada por seu advogado, Mateo Castañeda, durante a sessão.
Os promotores solicitaram que Boluarte apresentasse os objetos de valor não declarados, incluindo os relógios de luxo da marca Rolex, e explicasse a origem dos mesmos. A investigação teve início após a polícia realizar buscas em sua residência e escritório em busca dos itens em questão.
Durante o depoimento, alguns grupos de apoiadores e detratores se reuniram ao redor do Ministério Público. Enquanto um grupo entoava slogans de apoio à presidente, como “Dina resiste, Dina não está sozinha”, outros manifestantes pediam por sua prisão.
O governo espera que a versão apresentada por Boluarte possa esclarecer o caso e encerrar o escândalo que resultou em dois pedidos de impeachment da oposição parlamentar de esquerda. No entanto, ambos os pedidos foram rejeitados pela maioria de direita do Congresso.
Em meio às acusações, a presidenta também está sendo questionada sobre depósitos bancários em suas contas durante o período em que atuou como ministra, além da posse de uma pulseira Cartier e joias de alto valor. As investigações por enriquecimento ilícito e omissão de declaração em documentos surgiram após denúncias jornalísticas.
Boluarte, que descartou renunciar, afirma ser alvo de um “ataque e assédio sistemático” para enfraquecer seu governo. A presidenta, que assumiu o cargo em dezembro de 2022, se tornou alvo de investigações desde 2023 e enfrenta desafios para manter sua popularidade diante do cenário político conturbado.
Com seis presidentes envolvidos em denúncias de corrupção desde o início do século XXI, o Peru enfrenta uma crise política que pode culminar em mudanças drásticas no comando do país. A população aguarda por respostas e transparência por parte de Boluarte para esclarecer as acusações que recaem sobre seu governo.
