Mesmo sem ter a faculdade legal para remover Porras do cargo, Arévalo busca influenciar indiretamente a sua saída, alegando que a procuradora não possui honorabilidade e não está comprometida com a luta contra a corrupção. Juan Guerrero, secretário-geral da Presidência, afirmou que o governo questionou a Constituição para saber se Porras atende aos requisitos constitucionais necessários para ocupar o cargo de procuradora-geral.
Arévalo classificou as ações de Porras como uma tentativa de “golpe de Estado”, enquanto o governo busca meios legais e políticos para substituí-la. No entanto, o Tribunal Supremo não se pronunciou sobre o pedido de retirada da imunidade de Porras por supostos descumprimentos de deveres.
A procuradora de 70 anos já foi alvo de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia, que a classificaram como “corrupta” e antidemocrática. As pressões políticas sobre Porras evidenciam a polarização e a instabilidade política na Guatemala, colocando em xeque a independência do poder judiciário e a separação de poderes.
A tentativa de remoção da procuradora-geral desperta preocupações sobre a preservação do estado de direito e o combate efetivo à corrupção no país. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos desse impasse político, que coloca em risco a democracia guatemalteca e a estabilidade institucional no país.