Governo federal defende órgão independente para monitorar redes sociais, diz secretário da Secom em entrevista à EBC.

O governo federal vem defendendo a necessidade de um órgão ou entidade independente para monitorar o cumprimento das leis brasileiras pelas redes sociais. Em entrevista exclusiva concedida aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta terça-feira (9), o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), João Brant, destacou a importância desse monitoramento para garantir que as plataformas cumpram suas obrigações.

O Projeto de Lei (PL) 2630, conhecido como PL das Fake News, está em tramitação na Câmara dos Deputados e prevê a regulação das plataformas digitais. A proposta sofre resistências de alguns setores parlamentares, mas Brant reforçou a importância de avançar nesse debate para garantir a segurança e integridade do ambiente digital no Brasil.

Recentemente, os ataques do empresário Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes trouxeram ainda mais destaque para a necessidade de regulamentação das redes sociais. Lideranças governistas e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, voltaram a defender a importância de aprovar uma regulação para as plataformas, enquanto lideranças da oposição saíram em defesa do empresário.

Brant ressaltou que o governo busca inspiração nas regulações do Reino Unido e da União Europeia para orientar o debate no Brasil. A ideia é garantir que o que é considerado crime fora das redes também seja tratado como crime no ambiente digital, com as devidas penalizações. O secretário destacou a necessidade de ajustes nos algoritmos das plataformas para combater problemas como a difusão de racismo nas redes.

O debate sobre a regulação das redes sociais ainda enfrenta resistência de alguns setores da Câmara, que temem que a legislação afete a liberdade de expressão. No entanto, Brant acredita que o novo relatório do PL 2630, que está sendo trabalhado pelo relator, Orlando Silva, conseguirá equilibrar essas preocupações e contemplar os interesses de diversos setores da sociedade.

O governo tem mantido diálogo com representantes das plataformas digitais para ouvir suas preocupações e buscar soluções que não desequilibrem economicamente o setor. Brant refutou a ideia de que a regulação seja sinônimo de censura, destacando a importância de garantir que as redes não espalhem conteúdos prejudiciais ou ilegais. Ele afirmou que a intenção é aplicar no ambiente digital as mesmas leis que vigoram offline.

Em meio a esse debate, o Congresso Nacional irá avaliar o momento adequado para avançar com o PL 2630 e garantir que o Brasil tenha uma legislação que promova a segurança e a liberdade na internet. A regulamentação das redes sociais se mostra como uma necessidade cada vez mais evidente para assegurar um ambiente digital mais saudável e responsável para todos os usuários.

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