Durante a ação, policiais foram alvos de pedradas pelos manifestantes, conforme relatou o ministro de Segurança da Cidade, Waldo Wolff. Também houve relatos de jornalistas da AFP sobre um jovem ferido ao ser contido pela polícia e outras seis pessoas feridas no decorrer do episódio.
Martín Velázquez, de 46 anos, trabalhador em um refeitório popular, lamentou a violência empregada pela polícia, ressaltando que estavam protestando pela emergência alimentar e social, denunciando a falta de alimentos nos refeitórios.
A situação dos refeitórios populares é preocupante, tendo em vista que a ajuda foi suspensa em dezembro passado. O governo promete buscar formas diretas de auxílio aos mais necessitados, mas até o momento não foi estabelecido um sistema de transição eficaz.
Os manifestantes interromperam a principal via do centro de Buenos Aires, a avenida 9 de Julho, causando a intervenção da polícia com balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões d’água para dispersar a multidão. A gestão de Milei, que assumiu a presidência em dezembro de 2023, foi marcada pela imposição do “protocolo anti-piquete”, proibindo cortes viários como forma de protesto.
Vale destacar que quatro meses após a posse do novo governo ultraliberal, os protestos nas ruas são constantes em meio a uma crise econômica severa, com inflação anual de 276% e metade da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Além disso, recentes demissões na administração federal afetaram cerca de 15.000 trabalhadores.
A população mantém um apoio considerável ao governo de Milei, apesar das críticas e insatisfações que culminam em manifestações como a ocorrida no último sábado. A busca por melhorias sociais e econômicas continua sendo uma pauta central nos protestos que tomam conta das ruas de Buenos Aires.