Ministra da Saúde justifica ampliação de verbas em estados e municípios com eventos climáticos de 2023

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, justificou uma regra baixada pelo Ministério da Saúde em maio de 2023 para ampliar repasses de verbas a estados e municípios citando eventos climáticos ocorridos no final daquele ano. A Portaria 544 de 2023 permitiu ao ministério ignorar critérios técnicos da pasta, o que resultou em repasses acima do limite para várias prefeituras, sendo Alagoas o estado mais beneficiado, onde o presidente da Câmara, Arthur Lira, é natural.

A ministra prestou explicações na Comissão de Saúde da Câmara, respondendo a questionamentos dos deputados. Além da Portaria 544, Nísia Trindade foi questionada sobre a queda nos gastos com campanhas de divulgação contra a dengue em 2023, as férias da secretária de Vigilância do ministério, Ethel Maciel, em janeiro e os repasses acima do limite para o município de Cabo Frio (RJ), onde seu filho é secretário de Cultura.

A Portaria 544 de 2023 foi editada para disciplinar a destinação de verbas proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim de 2022. Mais recursos foram repassados ao longo de 2023, permitindo ao ministério ignorar o limite máximo de verbas para atendimentos de média e alta complexidade que cada município tinha capacidade para empregar.

Destacando situações de emergência em diversos estados, a ministra ressaltou a importância dos repasses financeiros nesses casos. No entanto, deputados questionaram os critérios utilizados para caracterizar uma assistência financeira como emergencial e levantaram preocupações sobre a falta de transparência nos repasses.

Alguns municípios, como São João da Paraúna em Goiás, receberam valores que superaram significativamente o limite autorizado para procedimentos de alta e média complexidade. Enquanto isso, outros municípios que também pleitearam recursos não receberam nada, gerando questionamentos sobre equidade e critérios na distribuição de verbas. Além disso, temas como a crise da dengue e as férias da secretária de Vigilância do ministério também foram abordados durante a sessão na Comissão de Saúde da Câmara.

A ministra Nísia Trindade defendeu os repasses feitos e afirmou que seguiram diretrizes técnicas das áreas específicas do Ministério da Saúde. No entanto, as polêmicas em torno dos critérios de distribuição de verbas e a transparência nos repasses continuam gerando questionamentos e debates no cenário político nacional.

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