Mulher indígena denuncia Honduras à ONU por proibir aborto após estupro em retaliação pela defesa de sua terra

No cenário internacional, uma mulher indígena de Honduras causou impacto ao denunciar o país perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. A denúncia alega que a mulher foi proibida de abortar após ter sido vítima de estupro em retaliação por sua defesa pela terra.

O caso revela a situação de restrição do direito ao aborto em Honduras, onde a prática é proibida mesmo em casos de estupro, malformação grave do feto ou ameaça à vida da gestante. Outro ponto abordado é a proibição do anticoncepcional de emergência no país, o qual poderia ter evitado a gravidez da indígena em questão.

A vítima, identificada pelo pseudônimo “Fausia”, contou com o apoio da diretora do Centro de Direitos da Mulher de Honduras para levar o caso à ONU. A coragem da mulher em buscar justiça e proteção para outras mulheres que possam enfrentar situações semelhantes foi destacada no comunicado oficial.

Além disso, o contexto de violência contra as mulheres em Honduras foi ressaltado, com dados alarmantes sobre feminicídios no país. Um relatório do Observatório da Violência da Universidade Nacional Autônoma de Honduras apontou que o país é o mais perigoso da América Latina para as mulheres, com 380 feminicídios registrados em 2023.

A denúncia também destacou a falta de reparação e justiça para vítimas de abuso sexual, especialmente para menores de 14 anos que são forçadas a uma maternidade indesejada. A ativista Regina Fonseca ressaltou a importância de garantir a segurança e os direitos das mulheres, como no caso de Fausia, que enfrentou ameaças e teve que mudar de residência diversas vezes por questões de segurança.

O caso da indígena hondurenha reforça a necessidade de garantir o respeito aos direitos das mulheres e o acesso a serviços de saúde reprodutiva em um país marcado pela violência de gênero e pela restrição aos direitos reprodutivos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo