O Canal Seco será uma complementação ao Canal do Panamá existente e não demandará novos investimentos, já que utilizará a infraestrutura de estradas, ferrovias, portos, aeroportos e zonas francas já existentes. Rodolfo Samuda, diretor de Assuntos Logísticos do Ministério da Presidência, ressaltou que o projeto inclui a criação de uma nova “jurisdição aduaneira especial” para facilitar o transporte terrestre de cargas no país.
O presidente panamenho, Laurentino Cortizo, já promulgou o decreto que estabelece essa nova jurisdição, simplificando os procedimentos para o transporte de mercadorias pelo istmo. Guillermo Salazar, diretor do Instituto Estadual de Planejamento do Desenvolvimento, enfatizou o esforço do governo nacional em complementar o Canal do Panamá com o Canal Seco.
A necessidade desse projeto surgiu após o canal interoceânico enfrentar reduções significativas no tráfego de navios no ano passado, devido à seca provocada pelo fenômeno El Niño. Atualmente, o canal opera com 27 navios por dia, em comparação aos 39 habituais, além de ter reduzido o calado permitido para as embarcações.
O Canal do Panamá, com suas eclusas que elevam e abaixam os navios durante a passagem pelo istmo, é uma peça fundamental no comércio marítimo mundial, movimentando 6% do total. A apresentação do projeto do Canal Seco foi realizada em um evento que contou com a presença de representantes do corpo diplomático e de organismos internacionais no Panamá.
Essa iniciativa tem o objetivo de fortalecer a posição do Panamá como um importante centro logístico no cenário global, garantindo a eficiência e o desenvolvimento de suas operações de transporte de cargas entre os oceanos Pacífico e Atlântico.