Acordo celebrado pela AGU encerra disputa judicial de quase três décadas relativas a assentamento em Pernambuco.

Em um desfecho que encerra uma disputa judicial de quase três décadas, o assentamento São Gregório, localizado no município de Gameleira, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, teve suas terras oficialmente transferidas para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O acordo foi celebrado entre o antigo proprietário da área e a Advocacia-Geral da União (AGU), sendo homologado pela Justiça Federal. Dessa forma, pôs um fim às ameaças de reintegração de posse enfrentadas por 130 famílias que cultivam no local há quase trinta anos.

Segundo a procuradora federal Marília de Oliveira Morais, coordenadora do Núcleo de Matéria Finalística da Procuradoria-Regional Federal da 5ª Região, o acordo representa o desfecho de um processo que se estendia por três décadas em um assentamento consolidado na Mata Sul, com diversas melhorias realizadas pelos próprios agricultores e pelo poder público. O processo de desapropriação da área havia sido anulado anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal devido a uma questão formal.

Medidas judiciais foram tomadas pela AGU ao longo do processo. No entanto, somente em setembro de 2016 foi tomada uma decisão desfavorável ao Incra, e desde fevereiro de 2018 havia um mandado de reintegração de posse pendente. Com a suspensão das reintegrações de posse em todo o país devido à pandemia, o processo foi encaminhado à Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Após nove meses de negociação, um acordo foi alcançado entre o Incra e o atual proprietário.

O procurador-regional federal da 5ª Região, Luiz Henrique Diniz Araújo, destacou a importância do acordo, que demonstra o avanço na cultura da resolução consensual de conflitos. A atuação conjunta da Procuradoria-Geral Federal, em especial do Núcleo de Gerenciamento da Atuação Prioritária e do Núcleo de Matéria Finalística, foi elogiada.

Assim, a conclusão bem-sucedida desse caso de longa data representa uma vitória para as famílias do assentamento São Gregório e é um exemplo de como a negociação e a busca por soluções consensuais podem resolver conflitos fundiários complexos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo