Segundo a professora da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Helena Lage Ferreira, especialista no estudo do H5N1, é necessário manter vigilância, pois o vírus continua se espalhando globalmente. No entanto, ela ressalta que não há motivo para pânico.
A situação mundial é caracterizada por uma panzootia, ou seja, uma pandemia em animais. O vírus se espalhou entre as aves em todos os continentes, inclusive na Antártica, sendo letal para espécies comerciais como galinhas. Apesar disso, os casos em humanos são isolados e não há transmissão entre pessoas, ocorrendo apenas por contato com animais infectados.
Nos Estados Unidos, a vigilância é intensa e a detecção da infecção em vacas leiteiras foi possível devido à estrutura robusta de monitoramento. Os casos não apresentaram sinais clínicos evidentes, mas a queda na produção de leite e do apetite alertou para a presença do vírus.
Quanto à vigilância no Brasil, sobretudo nas regiões litorâneas por onde chegam aves migratórias, é essencial para controlar a disseminação do vírus. A rápida identificação e compartilhamento do sequenciamento genético entre países tem sido fundamental para monitorar o H5N1 e evitar uma epidemia em humanos e animais de criação.
O Instituto Butantan, no Brasil, possui a capacidade de produzir rapidamente uma vacina pré-pandêmica contra o H5N1, se necessário. O esforço global de vigilância e controle visa evitar a propagação do vírus e uma possível crise de saúde pública.