A autora principal do estudo, Maud Mouginot, explicou que a investigação foi motivada pela observação de um “viés reprodutivo” entre os bonobos machos, ou seja, alguns tinham muito mais descendentes do que outros. Isso levantou a questão de como pode haver um viés reprodutivo tão grande em uma espécie considerada menos agressiva.
Durante o estudo, os pesquisadores observaram três grupos de bonobos em uma reserva na República Democrática do Congo e dois grupos de chimpanzés no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia. Eles coletaram dados sobre a frequência e o tipo de interações agressivas entre os machos das duas espécies ao longo de dois anos.
Surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que os bonobos machos tinham 2,8 vezes mais interações agressivas do que os chimpanzés, resultando em três vezes mais confrontos físicos. Além disso, os bonobos machos mais agressivos foram os que tiveram mais sucesso em acasalar com as fêmeas durante o período de ovulação.
Essas descobertas desafiam a ideia de que os bonobos são pacíficos e curiosamente levantam questões sobre as relações de poder e comportamento agressivo dentro dessa espécie. A pesquisa também destaca as diferenças entre bonobos e chimpanzés, apesar de compartilharem grande parte do DNA.
Portanto, esse estudo lança luz sobre um aspecto pouco explorado do comportamento dos bonobos e ressalta a complexidade das relações sociais e reprodutivas dentro dessa espécie de primatas. Novas pesquisas serão necessárias para aprofundar o entendimento dessas dinâmicas e suas implicações na biologia e evolução dos bonobos.