Barroso argumentou que o envio do caso para outra instância quando o mandato se encerra gera prejuízos, afetando a eficácia e a credibilidade do sistema penal. Ele ressaltou que o sobe e desce processual produz prejuízos para o encerramento das investigações e abre espaço para possíveis manipulações da jurisdição pelos réus.
Já haviam votado a favor da ampliação do alcance do foro privilegiado os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Mesmo com o pedido de vista de André Mendonça, os demais ministros da Corte têm até o dia 19 de abril para votar, se assim desejarem.
A ampliação do foro especial foi proposta por Gilmar Mendes em resposta a um habeas corpus do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), suspeito de exigir que servidores de seu gabinete depositassem parte de seus salários em contas do partido, prática conhecida como rachadinha. Gilmar Mendes concedeu o habeas corpus para reconhecer a competência do STF para processar e julgar a ação penal, considerando que as condutas imputadas ao senador foram praticadas durante o exercício do mandato e em razão de suas funções.
O caso, que começou a ser investigado em 2013, quando Marinho era deputado federal, foi alternado de competência ao longo do tempo, conforme o cargo que o político ocupava. Marinho defende que o caso permaneça no Supremo, argumentando que recuperou o foro privilegiado ao ser eleito novamente para o Congresso Nacional. Este tema gera debates e discussões sobre a necessidade e os limites do foro privilegiado no Brasil.