Violência das gangues armadas faz quase 100 mil pessoas fugirem da região metropolitana de Porto Príncipe, revela relatório da OIM

A crise no Haiti atinge um novo patamar com a intensificação dos ataques de gangues armadas, que já controlam grande parte da capital, Porto Príncipe. De acordo com um relatório divulgado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas, quase 100 mil pessoas fugiram da região metropolitana nos últimos meses, em busca de segurança e proteção.

Entre 8 de março e 9 de abril, aproximadamente 94.821 pessoas deixaram a capital haitiana com destino aos departamentos do Grande Sul, que já abrigam 116 mil deslocados. Este número é um reflexo da escalada da violência andando de mãos dadas com a instabilidade política que assola o país. A situação se agrava ainda mais diante da falta de infraestrutura e recursos nas províncias de destino para abrigar essas pessoas deslocadas.

O relatório da OIM destaca que, apesar de muitos deslocados não passarem pelos pontos de coleta de dados, a agência vem observando um novo fenômeno. Antes eram os deslocados internos que fugiam da capital, mas com o tempo aqueles que nunca haviam sido deslocados também decidiram partir, demonstrando a deterioração da situação na capital.

A violência extrema é apontada como o principal motivador para a fuga das pessoas, sendo que 78% dos entrevistados pela OIM mencionaram esse motivo. A situação humanitária no Haiti é classificada como um desastre, com mais de 1.500 mortes e centenas de feridos nos primeiros meses do ano. As infraestruturas básicas, como hospitais e aeroportos, estão sobrecarregadas e enfrentam dificuldades em fornecer atendimento e suprimentos adequados.

O Haiti enfrenta um cenário de caos e desespero, com a população vivendo constantemente sob ameaça e insegurança. A instabilidade política e a crescente violência estão levando milhares de pessoas a deixarem suas casas em busca de um lugar seguro para recomeçar suas vidas. Enquanto isso, a comunidade internacional busca soluções para conter a crise humanitária que se instaurou no país caribenho.

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