A presença dos ossos humanos tem gerado grande questionamento entre os permissionários do mercado. Maria da Conceição Tavares, que trabalha no comércio de ervas no local há 41 anos, lamenta o fato e demonstra sua indignação. Ela questiona o motivo de a ossada ter sido descoberta somente agora, em 2024, considerando que já houve outras reformas no mercado ao longo dos anos. A preocupação com o impacto dessa descoberta e o futuro das obras é uma questão central para os envolvidos.
Já Elson Ferreira, artesão que trabalha no mercado, acredita que os restos mortais possam ser de africanos que foram enterrados no local. Ele remonta à história do Mercado de São José, que tem uma longa trajetória de quase 150 anos, inclusive em um período em que a região era um mangue. Para Ferreira, é importante considerar a dimensão histórica e cultural desse achado.
Enquanto a equipe de arqueologia investiga a origem dos ossos humanos, as obras de requalificação do mercado seguem em andamento. A Autarquia de Urbanização do Recife e o Iphan afirmam que a restauração do Mercado de São José continua, com interrupção apenas nas áreas onde foram encontrados os enterramentos e na porção que ainda precisa ser escavada.
Com um investimento de R$ 22 milhões, as obras de requalificação do Mercado de São José têm o objetivo de preservar a estrutura do equipamento que abriga 403 boxes em uma área de 4,6 mil m². A restauração abrange a reforma dos banheiros, a recuperação dos elementos de ferro, vidro e madeira, com previsão de finalização em duas etapas e impacto mínimo no comércio local.